terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Limites do Amorite

Pode ser considerado um obstáculo
Ou até como superação.
Pensei nos limites do amor
Pensei no limite do meu sentimento
Pra saber em verdade se eu o possuía.
Aí me veio o seu rosto e o seu sorriso
Aí sim, vi que na vida não existe limites.
E que não houve limites para você me amar
Exalando aromas celestiais e respeito por todo ar.
Hoje, compreendo que ultrapassei aquilo chamado limite.
Passei tão rápido que nem o percebi,
Nem de longe eu o vi.
Mas conheci algo fascinante
Aquilo que seria o primo distante do limite
O que eu chamei de amorite
Uma coisa que você fez desabrochar em mim
Algo que nem a ciência desvendou...
Essa inflamação do amor
É um crescimento do sentimento dentro do coração
Transpassado todos os dias pra mim
Na beleza do teu sorriso, no brilho do teu olhar.
Dei adeus ao limite que não conheci.
Preferi ficar contagiado pela amorite
Que a cada dia enche o meu coração
E faz-me ver o profundo do teu peito
O abstrato do nosso viver
Que me faz dizer sem ser como palpite
Cibelly, meu amor...
Não quero deixar de sentir... Essa coisa....
Que você criou em mim, de codinome amorite!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Solidar

Eu queria acreditar
Numa verdade mentirosa
Fechei os olhos ou apenas não vi
O princípio do que era bom
Então na minha ingenuidade
Pensei que ele falava a verdade
Mas, percebi que no fundo
Não era bondade
Mas o pensamento no retorno
O pensamento de maldade
Não sei o que fazer para sair
Da teia de aranha que me prende
Politicamente falando em política
Não passa de uma bobagem ridícula
Que focaliza o dinheiro
E simples vaidade de dizer
“Eu sou o Prefeito”
O que pensar das idéias
Tão... Lindos por fora
E corrompidos por dentro
...Muitos quando entram.

Privilégios são para alguns
Transformados em alegorias e fantoches
Como bobos da corte sem princípios
Sem moral e dignidade
Pois perderam estas coisas
Assim como perderam a verdade
Verdade que nunca conheceram
Descontentes com eles mesmos
Vivos na morte enjaulada
Podres! Como abutres mortos.
Descobri agora o que não queria ver
Mas foi numa hora boa
Num dos momentos mais lindos da minha vida
Em um momento de solidariedade
Em um momento de amor ao próximo
Num êxtase de compaixão
Alegria espiritual e emoção
Conheci, aprendi e vivenciei
Algo extraordinário
Na escola da vida
Tive mais um dia de aula.

domingo, 14 de março de 2010

Dentro de Mim

Fui esquecendo-me de mim
Procurando-me nas entranhas
Navegando no meu corpo
Só encontrei o início do fim
E olhei bem lá dentro
No interior de mim
Esqueci de ver-me
Se... Sou triste ou feliz
Se... Vejo-me bem ali
Não consigo observar aqui
Posso dizer-te que fiz o possível
Para me encontrar
E imperceptível permaneci
Até que notei
Que dois de mim havia em mim.

Vivo num eterno seqüestro
Tentando resgatar-me
Mas ninguém pega o resgate
Modifico e modifico
Bilhões de vezes a minha face
Por haver me perdido em mim
Esqueço de esquecer
Que não posso enlouquecer
Aventurando-me assim
Sinto que não mais existirei
Mas é nessa ausência
Que faço a minha existência
Mesmo sem saber
Qual dos dois de mim
Que faz eu escrever
O que se passa em mim.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Eu queria

Que vontade eu senti de voar.
Não como os pássaros.
Na verdade queria flutuar.
Isto! Flutuar no Universo,
Passear pelo vão infinito,
Comer as estrelas
E beber a poeira cósmica.

Eu queria flutuar voando.
Isto! Flutuar me locomovendo.
Eu queria...
Só pra ver se haveria congestionamento,
Trânsito interrompido
Ou acidente aeroespacial.

Ah, como eu queria flutuar!
Desbravar os buracos negros,
Pegar carona nos cometas
Passear na lua
Ser bandeirante nos planetas.
Só não queria ficar próximo do Sol.
Mas queria estar perto da luz.

Na verdade, eu não queria ser, humano
Eu queria sentir apenas o amor
E desfrutar todo encanto
Toda magia do Universo
E o resplendor quântico
Do ponto de origem.

É... Eu sei!
Chegaria um dia
Em que o Universo não bastaria
E eu queria ir mais além
Além do segundo céu.
Eu queria ir até o terceiro
Mas não poderia.

Por que se eu morasse no Universo
Humano eu não seria
E no caminho não estaria
Pois não havia enfrentado o dia-a-dia,
E conhecido o filho do amor
E sua fidelidade
Que, ao terceiro céu me levaria.

Haiti, um país sem pátria

Como o mundo pode ajudar o Haiti? Podemos contribuir, primeiramente, na reconstrução política daquele país, mostrando alternativas de governo e, consequentemente, transformando a maneira de pensar dos seus líderes.
O mundo acabou descobrindo o que já existia, um país chamado Haiti. Apesar de ter sido de maneira trágica, as pessoas pararam para refletir um pouco, sobre a fome, a união, o abandono, entre outras coisas, relacionadas àquela população. O país mais pobre da América sofreu uma catástrofe sem precedentes, em que milhares de pessoas ficaram desabrigadas, órfãs, em fim, sem qualquer tipo de estrutura e o mundo pela primeira vez na história olhou para aquela gente. Observou o tipo de política que há e, respondeu a uma voz que gritou “Socorro”. Essa voz grita há vários anos na Etiópia, que diferentemente do Haiti, não sofreu tremores, mas encontra-se pior do que ele. Essa relação foi feita, na tentativa de demonstrar que a atenção está relacionada ao foco da notícia e não, a realidade do mundo. Por um período falou-se em Santa Catarina, outro em Angra dos Reis, hoje é o Haiti e amanhã será outro, no entanto, existi lugares onde os problemas são perenes, muita das vezes, passando despercebidos pela política humanitária. Para mudarmos o pensar é necessário reconstruir a base social, centralizada no capitalismo e incrementada pelo desenvolvimento sustentável. Pensar em distribuir está sendo anexado a uma tragédia, há algo flutuante e inconstante. Ajudem o Haiti! Todos gritam. E depois? Fica o Brasil e seus soldados; um governo dissolvido; uma população faminta, fora da realidade e atrasada, pela falta de apoio sólido... Esperando apenas, Mais um terremoto.
Devemos agir com uma política sólida; se afastar da corrupção; olhar com os olhos do coração, na tentativa de repatriar o país que foi construído por escravos fugidos que continuam fugindo da fome, da violência e da miséria, sonhando simplesmente, com uma Pátria Amada.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O HOMEM só acha que é o certo

“Animais silvestres têm sido cada vez mais comuns em áreas urbanas do interior do estado. Nos últimos três meses, foram encontrados três jacarés, veados, tamanduás e onças em diversas cidades do estado. A jiboia foi solta em uma mata próxima ao local”. (globo.com; 16, Dez 2009).

Fica a Pergunta: “É mais comum, animais nas áreas urbanas ou os homens nas áreas dos animais”?

sábado, 17 de outubro de 2009

O Exame de HIV

Provavelmente, tanto para o homem quanto para a mulher, é um dos momentos que a adrenalina dispara incontrolavelmente, o coração palpita as pernas não respondem e a transpiração aumenta constantemente.
Certo dia, Daniel de Dona Flor recebeu uma notícia maravilhosa. Finalmente, depois de uma longa espera, o “papudo das meninas” - como era conhecido – ia ser pai. Quando recebeu tal informação desembestou rua abaixo e nem quis saber de lero-lero, foi direto para o bordel de Pirrita, tomou umas duas garrafas de aguardente, trancou-se com Mazé, a mulher mais vistosa dali, e tirou a barriga da miséria durante toda à noite.
A felicidade dele era tão grande que sua comemoração parecia não ter fim. Sua empolgação ficou tão notável, que para se ter uma idéia, Daniel nunca havia, se quer, pisado na calçada do bordel, muito menos, entrado lá.
- Nunca que eu vou entrar ali! Deus me livre! Já pensou se eu pegar uma doença? – dizia constantemente para seus amigos.
O que ninguém sabia nem imaginava era que Daniel antes de conhecer Aninha, a mãe do seu filho, era virgem. Ele não passava de um contador de vantagens. Falava tanto que fazia isso, fazia aquilo, que acabou ganhando o apelido de “papudo das meninas”. E o mais interessante não estava relacionado a este fato, mais sim, na perspectiva dele em ficar com Aninha, a filha do prefeito.
Aninha era deslumbrantemente linda e ainda por cima pertencia a uma tradicional família daquela cidade. Daniel não tinha um pau pra dá num gato, mesmo assim, queria juntar o útil ao agradável, conquistando aquela bela moça.
Fazia pouco tempo que ela havia chegado do Rio de Janeiro e, por ser “carne nova”, enlouqueceu a cabeça dos jovens de Santa Cecília do Oeste.
No dia da festa da Padroeira, Daniel de Dona Flor conseguiu uma aproximação com a garota. Naquela noite festiva, a beijou e em seguida levou-a para o motel da cidade vizinha, distante dali trinta quilômetros.
Aquela noite parecia inacabável...
Passara-se um mês nas escondidas e, neste período, eles se encontraram várias e várias vezes, até que se tornara público o dito relacionamento.
A alegria de ser pai invadiu o coração de Daniel.
Após comemorar nos braços de Mazé, fez o mesmo com: Iolanda, Izabel, Juvina, enfim, experimentou o prazer de cada uma das residentes do bordel de Pirrita.
O jovem inexperiente de 21 anos contava nos dedos o provável dia do parto.
Certo dia ele tomou um susto! Foi avisado pela namorada de que eles precisariam fazer um exame de HIV. Aquilo apertou o seu coração e sua saliva ficou entalada na garganta como espinha de peixe. Pensou logo em Pirrita e nas garotas que provara.
Aproximava-se o dia do exame...
Cheio das cachaças foi novamente ao bordel. Porém, dessa vez, com o objetivo de tirar satisfações com todas as meninas de lá...
- Se eu tiver com AIDS vocês me pagam!
- “Mói” de quenga!
Depois de ter ido arrumar confusão no prostíbulo foi até a casa de um amigo seu e contou toda a história, inclusive, disse que tinha saído com as meninas de Pirrita. Chegou até a afirmar, que se por acaso estivesse com AIDS iria matar todas aquelas “raparigas”. Seu amigo muito paciente tentou acalmá-lo... Sem êxito.
O sol despontava em mais uma manhã sombria para o rapaz. Não era o mesmo sol intensamente forte dos outros dias.
O casal de namorados foi para a clínica, como estava marcado. Fizeram os exames. E uma nova data foi designada para a entrega deles.
Nesse intervalo de tempo Daniel se equipara com um revólver trinta e oito. Realmente ele estava decidido a realizar tal barbárie... Assassinar as pobres donzelas.
Avisadas, por um amigo dele, sobre o que o jovem pretendia fazer, as meninas de Pirrita não se preocuparam, pois só transavam com camisinha e periodicamente faziam os testes de HIV, então deduziram que não havia com que se preocupar.
Uma angústia tomou conta de Daniel, parecia que ele já sabia do resultado.
Na nova data acompanhou Aninha até a clínica para juntos receberem os exames... Ele suava bastante, ela aparentemente estava tranqüila. Foi quando o doutor chamou um por um para uma das salas de atendimentos psicológicos.
Minutos depois...
Aninha saiu da sala. Não comentou nada com Daniel, em seguida, pegou um táxi e desapareceu como em um passe de mágica.
Foi aí que a aflição de Daniel alcançou o limite.
- Boa tarde jovem? – Disse o médico.
- Boa!
- Me acompanhe, por favor! Sente-se!
- Você sabe o que a AIDS?
- Ah, Doutor! É um negócio que a gente pega através do sexo.
- Meu querido é muito mais do que você imagina!
- Estão aqui alguns folhetos sobre o vírus e a doença...
Daniel recebeu uma verdadeira aula sobre o vírus da AIDS e, em seguida, das mãos do especialista, o tal exame...
- Esse aqui doutor eu só vou abrir na frente de umas amigas minhas!
- Faça como quiser, mas, não se esqueça da nossa conversa!
Daniel saiu desesperado da clínica. As lágrimas deslizavam em seu rosto...
De arma em punho, entrou no bordel de Pirrita e enfurecido gritou:
- Mazéééé! Venha cá! Sua p...! Você será a primeira!
Foi o maior corre-corre de toda história daquele bordel. Pense num reboliço!
Não demorou muito e Daniel já estava com a mão esquerda entrelaçada nos cabelos de Mazé.
- Vou abrir aqui pra vocês verem o que diz o exame, e se eu tiver com AIDS... Morre tudim!
As pobres donzelas ficaram aflitas, preocupadas com o resultado, pois suas vidas dependiam de uma negatividade daquele exame. Ao retirar o exame da embalagem de plástico a visão de Daniel ficou voltada totalmente, para onde se lê: “positivo ou negativo”.
Com letras em negrito, fonte dezesseis uma simples palavra mudava a vida daquele jovem pra sempre, esta palavra era “POSITIVO”.
Nunca Daniel pensara que um “positivo” fosse tão ruim.
Minutos subseqüentes à abertura do envelope, o nosso “marginal social sem crimes”, tentava olhar nos olhos de cada uma das virgens e rapidamente mudou de opinião, em relação, ao ato de atirar nas pobres moças, no entanto disse em som alto e claro:
- Atirar em vocês eu num vou não! Eu vou mesmo é tocar fogo nesse cabaré pra num ficar nem a “alma da AIDS!”.
Rapidamente, retirou os colchões das camas, despejou umas cinco garrafas de aguardente e ateou fogo. As meninas não tinham por onde fugir. De um lado fogo e do outro aquele louco com uma arma. – O que fazer?
Vendo tudo que acontecia em Pirrita, um vizinho, ligou para polícia pedindo providências.
- Acode! Corre, corre! Tão queimando tudo que é puta! Acunha polícia!
A viatura demorou cerca de vinte minutos para chegar ao local indicado, foi nesse momento, que os policias conseguiram, após adentrar no bordel, capturar Daniel de Flor, completamente em estado de choque.
O ocorrido foi o assunto do dia, dos meses e dos anos, daquela pacata cidade.
Daniel foi julgado e condenado por tentativa de homicídio, além de outros processos feitos pelas moradoras do “imóvel da alegria”.
Já preso, passado aproximadamente cinco meses, Daniel recebera a visita de sua mãe, que ao vê-lo, entregou-lhe uma carta que acabara de chegar do Rio de Janeiro, seria a sua amada que escrevera. Ao término da visita ele dirigiu-se para o seu quarto e começou a ler a tão sonhada carta de amor.
- Quem sabe se esta carta diz por que ela me abandonou? Acho que foi porque eu peguei AIDS e por ela me amar de mais, não suportaria olhar para mim com os mesmos olhos, também... Após ter feito o que eu fiz! – Pensou Daniel.
- É... Vamos ver o que ela me diz? Que saudades!
... Amor, desculpa por ter deixado você só, lá na clínica. Confesso-lhe que nunca amei ninguém em toda a minha vida. Não sei como estás agora, pois naquele mesmo dia eu já estava de malas prontas para o Rio. Quero te dizer apenas uma coisa que não havia lhe contado...
...Amor, há cinco anos eu conheci um rapaz que me encantou. Vivemos algo maravilhoso. Ele era Americano. Ao retornar para os Estados Unidos ele me deixou uma carta que dizia: “Foi bom te conhecer. Bem vinda ao mundo da AIDS!”. Perdoa-me amor, me perdoa!