segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O HOMEM só acha que é o certo

“Animais silvestres têm sido cada vez mais comuns em áreas urbanas do interior do estado. Nos últimos três meses, foram encontrados três jacarés, veados, tamanduás e onças em diversas cidades do estado. A jiboia foi solta em uma mata próxima ao local”. (globo.com; 16, Dez 2009).

Fica a Pergunta: “É mais comum, animais nas áreas urbanas ou os homens nas áreas dos animais”?

sábado, 17 de outubro de 2009

O Exame de HIV

Provavelmente, tanto para o homem quanto para a mulher, é um dos momentos que a adrenalina dispara incontrolavelmente, o coração palpita as pernas não respondem e a transpiração aumenta constantemente.
Certo dia, Daniel de Dona Flor recebeu uma notícia maravilhosa. Finalmente, depois de uma longa espera, o “papudo das meninas” - como era conhecido – ia ser pai. Quando recebeu tal informação desembestou rua abaixo e nem quis saber de lero-lero, foi direto para o bordel de Pirrita, tomou umas duas garrafas de aguardente, trancou-se com Mazé, a mulher mais vistosa dali, e tirou a barriga da miséria durante toda à noite.
A felicidade dele era tão grande que sua comemoração parecia não ter fim. Sua empolgação ficou tão notável, que para se ter uma idéia, Daniel nunca havia, se quer, pisado na calçada do bordel, muito menos, entrado lá.
- Nunca que eu vou entrar ali! Deus me livre! Já pensou se eu pegar uma doença? – dizia constantemente para seus amigos.
O que ninguém sabia nem imaginava era que Daniel antes de conhecer Aninha, a mãe do seu filho, era virgem. Ele não passava de um contador de vantagens. Falava tanto que fazia isso, fazia aquilo, que acabou ganhando o apelido de “papudo das meninas”. E o mais interessante não estava relacionado a este fato, mais sim, na perspectiva dele em ficar com Aninha, a filha do prefeito.
Aninha era deslumbrantemente linda e ainda por cima pertencia a uma tradicional família daquela cidade. Daniel não tinha um pau pra dá num gato, mesmo assim, queria juntar o útil ao agradável, conquistando aquela bela moça.
Fazia pouco tempo que ela havia chegado do Rio de Janeiro e, por ser “carne nova”, enlouqueceu a cabeça dos jovens de Santa Cecília do Oeste.
No dia da festa da Padroeira, Daniel de Dona Flor conseguiu uma aproximação com a garota. Naquela noite festiva, a beijou e em seguida levou-a para o motel da cidade vizinha, distante dali trinta quilômetros.
Aquela noite parecia inacabável...
Passara-se um mês nas escondidas e, neste período, eles se encontraram várias e várias vezes, até que se tornara público o dito relacionamento.
A alegria de ser pai invadiu o coração de Daniel.
Após comemorar nos braços de Mazé, fez o mesmo com: Iolanda, Izabel, Juvina, enfim, experimentou o prazer de cada uma das residentes do bordel de Pirrita.
O jovem inexperiente de 21 anos contava nos dedos o provável dia do parto.
Certo dia ele tomou um susto! Foi avisado pela namorada de que eles precisariam fazer um exame de HIV. Aquilo apertou o seu coração e sua saliva ficou entalada na garganta como espinha de peixe. Pensou logo em Pirrita e nas garotas que provara.
Aproximava-se o dia do exame...
Cheio das cachaças foi novamente ao bordel. Porém, dessa vez, com o objetivo de tirar satisfações com todas as meninas de lá...
- Se eu tiver com AIDS vocês me pagam!
- “Mói” de quenga!
Depois de ter ido arrumar confusão no prostíbulo foi até a casa de um amigo seu e contou toda a história, inclusive, disse que tinha saído com as meninas de Pirrita. Chegou até a afirmar, que se por acaso estivesse com AIDS iria matar todas aquelas “raparigas”. Seu amigo muito paciente tentou acalmá-lo... Sem êxito.
O sol despontava em mais uma manhã sombria para o rapaz. Não era o mesmo sol intensamente forte dos outros dias.
O casal de namorados foi para a clínica, como estava marcado. Fizeram os exames. E uma nova data foi designada para a entrega deles.
Nesse intervalo de tempo Daniel se equipara com um revólver trinta e oito. Realmente ele estava decidido a realizar tal barbárie... Assassinar as pobres donzelas.
Avisadas, por um amigo dele, sobre o que o jovem pretendia fazer, as meninas de Pirrita não se preocuparam, pois só transavam com camisinha e periodicamente faziam os testes de HIV, então deduziram que não havia com que se preocupar.
Uma angústia tomou conta de Daniel, parecia que ele já sabia do resultado.
Na nova data acompanhou Aninha até a clínica para juntos receberem os exames... Ele suava bastante, ela aparentemente estava tranqüila. Foi quando o doutor chamou um por um para uma das salas de atendimentos psicológicos.
Minutos depois...
Aninha saiu da sala. Não comentou nada com Daniel, em seguida, pegou um táxi e desapareceu como em um passe de mágica.
Foi aí que a aflição de Daniel alcançou o limite.
- Boa tarde jovem? – Disse o médico.
- Boa!
- Me acompanhe, por favor! Sente-se!
- Você sabe o que a AIDS?
- Ah, Doutor! É um negócio que a gente pega através do sexo.
- Meu querido é muito mais do que você imagina!
- Estão aqui alguns folhetos sobre o vírus e a doença...
Daniel recebeu uma verdadeira aula sobre o vírus da AIDS e, em seguida, das mãos do especialista, o tal exame...
- Esse aqui doutor eu só vou abrir na frente de umas amigas minhas!
- Faça como quiser, mas, não se esqueça da nossa conversa!
Daniel saiu desesperado da clínica. As lágrimas deslizavam em seu rosto...
De arma em punho, entrou no bordel de Pirrita e enfurecido gritou:
- Mazéééé! Venha cá! Sua p...! Você será a primeira!
Foi o maior corre-corre de toda história daquele bordel. Pense num reboliço!
Não demorou muito e Daniel já estava com a mão esquerda entrelaçada nos cabelos de Mazé.
- Vou abrir aqui pra vocês verem o que diz o exame, e se eu tiver com AIDS... Morre tudim!
As pobres donzelas ficaram aflitas, preocupadas com o resultado, pois suas vidas dependiam de uma negatividade daquele exame. Ao retirar o exame da embalagem de plástico a visão de Daniel ficou voltada totalmente, para onde se lê: “positivo ou negativo”.
Com letras em negrito, fonte dezesseis uma simples palavra mudava a vida daquele jovem pra sempre, esta palavra era “POSITIVO”.
Nunca Daniel pensara que um “positivo” fosse tão ruim.
Minutos subseqüentes à abertura do envelope, o nosso “marginal social sem crimes”, tentava olhar nos olhos de cada uma das virgens e rapidamente mudou de opinião, em relação, ao ato de atirar nas pobres moças, no entanto disse em som alto e claro:
- Atirar em vocês eu num vou não! Eu vou mesmo é tocar fogo nesse cabaré pra num ficar nem a “alma da AIDS!”.
Rapidamente, retirou os colchões das camas, despejou umas cinco garrafas de aguardente e ateou fogo. As meninas não tinham por onde fugir. De um lado fogo e do outro aquele louco com uma arma. – O que fazer?
Vendo tudo que acontecia em Pirrita, um vizinho, ligou para polícia pedindo providências.
- Acode! Corre, corre! Tão queimando tudo que é puta! Acunha polícia!
A viatura demorou cerca de vinte minutos para chegar ao local indicado, foi nesse momento, que os policias conseguiram, após adentrar no bordel, capturar Daniel de Flor, completamente em estado de choque.
O ocorrido foi o assunto do dia, dos meses e dos anos, daquela pacata cidade.
Daniel foi julgado e condenado por tentativa de homicídio, além de outros processos feitos pelas moradoras do “imóvel da alegria”.
Já preso, passado aproximadamente cinco meses, Daniel recebera a visita de sua mãe, que ao vê-lo, entregou-lhe uma carta que acabara de chegar do Rio de Janeiro, seria a sua amada que escrevera. Ao término da visita ele dirigiu-se para o seu quarto e começou a ler a tão sonhada carta de amor.
- Quem sabe se esta carta diz por que ela me abandonou? Acho que foi porque eu peguei AIDS e por ela me amar de mais, não suportaria olhar para mim com os mesmos olhos, também... Após ter feito o que eu fiz! – Pensou Daniel.
- É... Vamos ver o que ela me diz? Que saudades!
... Amor, desculpa por ter deixado você só, lá na clínica. Confesso-lhe que nunca amei ninguém em toda a minha vida. Não sei como estás agora, pois naquele mesmo dia eu já estava de malas prontas para o Rio. Quero te dizer apenas uma coisa que não havia lhe contado...
...Amor, há cinco anos eu conheci um rapaz que me encantou. Vivemos algo maravilhoso. Ele era Americano. Ao retornar para os Estados Unidos ele me deixou uma carta que dizia: “Foi bom te conhecer. Bem vinda ao mundo da AIDS!”. Perdoa-me amor, me perdoa!

Morte Calada

O dia estava maravilhoso e como era de costume, Maria e João acordaram cedo. Ela fez o café, e ele saiu para tentar a sorte naquele sertão “bravo”.
- Como era linda Maria! Pena que sua beleza escondia-se daquela face sofredora... Rosto do povo do meu sertão.
- Ah! Que linda mulher! Pele com manchas provenientes da ação do sol, mãos calejadas dos esforços do dia-a-dia, mas, com tudo isso, não havia tristeza em sua vida.
Naquela manhã, Maria Guerreira preparou um pouco de fubá que ainda restara, fez um delicioso cuscuz e para acompanhar...
- Carne? Não, não! Água.
Nosso amigo João preferiu não tomar café. Achou melhor deixar para as crianças.
Há mais de oito semanas que Guerreira, juntamente com o restante da sua família, fazia as mesmas refeições. Era o verdadeiro regime “pão e água” e que bom seria se fosse dessas águas que compramos, que bom que seria! O casal apaixonado revezava na busca pelo líquido precioso.
- O que seria de Maria, João e as crianças sem a combinação das duas moléculas de Hidrogênio mais uma molécula de oxigênio?
Dentre seus filhos, Maria tinha como xodó sua filhinha Maria da Conceição. Eram seis filhos. Na ordem decrescente, ficavam distribuídos assim: Matheus, Lucas, João, Marcos, Maria de Fátima e Maria da Conceição.
A casa daquele povo mostrava um pouco da cultura sertaneja. Povo de fé, que costuma ornamentar seus lares com diversos símbolos da “doutrina católica”. Povo de fé, que é acolhedor em todas as hipóteses. Povo de fé, sem a fé do povo.
- Maria da Conceição fique tomando conta dos seus irmãos que eu vou buscar água!
- Tá certa, mamãe!
Momentaneamente, Marianinha – como era chamada – pensou como poderia tomar conta da casa se era a mais nova, ela tinha apenas oito anos e seus irmãos eram mais velhos um ao outro um ano. Que responsabilidade tinha em suas mãos. O problema dava-se por que seus irmãos estavam todos doentes e ela era a única a escapar da cólera que assolava aquela família.
- Vou esperar mamãe sentada aqui na janela, só assim tento ver alguma arribação perdida pelo céu.
- Sentada aqui lembro quando papai fez essa minha janela e também todo resto da casa. Ele usou: pau, barro, e água. O pau foi de um resto de caatinga, agora lá, só tem areia, o barro é o que mais tem por aqui e a água... Quando papai fez minha janela – é minha porque foi eu quem pediu pra ele construir – utilizou uns caixotes de madeira que um dia desses caiu aí na pista, nunca vou esquecer esse dia, foi a primeira vez que comi uva em toda minha vida. Eu perguntava sempre à mamãe onde que tinha uva e ela dizia para mim que era num negócio chamado supermercado, não sei nem o que é isso.
- Estou com muita sede! Cadê mamãe com a água! – Disse Maria de Fátima.
- Ela já ta chegando Fafá! Eu bem que podia dar água a Fafá, mas mamãe sempre disse: “quando tiver pouca água num é pra beber tudo, porque é pra descer a farinha”. Daqui que mãezinha chegue...
Maria tinha que andar mais de oito léguas para encontrar a bendita água. Oito léguas, igual a, duas latas de barro-água e João já perdera as esperanças em relação ao seu plantio de milho e feijão, e, sabia que a única fonte de alimento deles, a cabritinha “sanguessuga”, nunca dava leite.
Após todo um dia Maria voltara pra casa. Trazendo na bagagem cansaço e nem um pingo de água. Falou com seu marido e disse que ele teria que conseguir a qualquer custo, pelo menos, uma lata do produto divino.
Então, João saiu madrugada adentro numa busca incansável por tal líquido. Há mais de quatro dias que não se tinha água em fartura e o pouco que tinha não dava mais nem para descer a farinha.
Horas depois o “homem da casa” voltara com um pouco d’água que havia tirado das plantas, não era o suficiente, porém matara a sede naquela noite.
- Que momento complicado. Não tem mais água no pote, o tanque que papai fez secou, e agora? Um, dois, três, quatro dias sem beber e comer. A minha responsabilidade de nada servia, não matava a fome e nem a sede. Mamãe não pára de rezar. Papai está igual aos meus irmãos: cansado, fraco, amarelo... Ele não sai da cama. Mamãe me deu uma nova tarefa...
- Marianinha fique olhando seu pai e seus irmãos que mamãe volta já!
- Ta certa mamãezinha.
- Já faz muito tempo que mamãe saiu ta escurecendo. Eu to com medo! Papai não grita! A mamãe ta chegando. Não chorem meus irmãos mamãe já volta! Estou com dor de cabeça, o que é que eu tenho que tudo está rodando?
O dia amanheceu e Maria ainda não havia retornado...
- Como mamãe ta demorando! Já faz umas três noites que ela saiu e até agora nada!
- Papai fala comigo? Papai, papai, fala! Eu não agüento falar muito.
- Primeiro, mamãe, não voltou e agora, papai não quer falar mais comigo, pelo menos meus irmãos pararam de chorar.
- Estou muito fraca. Acho melhor ir pra cama e fazer o que mamãe me dizia: “Marianinha, quando você estiver com muito aperreio fale com Deus que ele vai te ajudar e vai acabar com o teu sofrimento”. Então eu falei: “Deus, por que mamãe não voltou? Por que papai e os meus irmãos não falam comigo? Por que não há chuva e nem aquelas pessoas que vieram aqui quando eu era bem pequenininha não vieram de novo? Deus... Estou com tanta sede! Pra onde vai tanta água? Por aqui não tem árvores bonitas? Deus, a uva que comi tinha água. Deus, os meus olhinhos estão vendo as coisas embaçadas! Deus, mamãe disse que a gente deve amar o senhor. Eu te amo Deus!”.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Saí de mim

Eu vi o mundo de outra forma,
De um modo já mais visto.
Quando apreciei o mundo do meu jeito
A alegria fez morada em meu peito,
Senti o amor.
Comparei-lo com a água:
Insípida, inodora e incolor.
No entanto, eu pude senti-lo.
Permaneci na inércia da morte
Vendo o nada
Pensando em nada
Só sentido o que eu não conseguia sentir.
Em determinado momento
Olhei depois do mundo
Onde ninguém enxerga
E encontrei o mundo mudo
Calado, silencioso.
Eu caí como uma pedra
E nada me aconteceu,
Pois fui amortecido pelos anjos
Que me seguraram e conduziram-me
Para perto dele.
Lá no mundo mudo só vi o branco.
Afirmo que a cor do mundo é branca.
Por minutos senti meu corpo nu,
Na nudez da bondade.
Sim, não havia maldade nem pecado.
Senti-me aliviado.
Eu não queria voltar.
Desde então perdi o medo da morte,
Mesmo sem querer morrer
Para poder ver o que virá no meu viver.
Porém te digo, com certeza,
Que não há maior beleza
Do que além do mundo,
Onde o amor é profundo,
A paz é a princesa
E a vida é a realeza.
Contudo,
O que eu vi não se relata
Saí de mim...
E o que eu senti...
É sem palavras.

Dentro de mim

Fui esquecendo-me de mim

Procurando-me nas entranhas

Navegando no meu corpo

Só encontrei o início do fim

E olhei bem lá dentro

No interior de mim

Esqueci de ver-me

Se... Sou triste ou feliz

Se... Vejo-me bem ali

Não consigo observar aqui

Posso dizer-te que fiz o possível

Para me encontrar

E imperceptível permaneci

Até que notei

Que dois de mim havia em mim.

Vivo num eterno seqüestro

Tentando resgatar-me

Mas ninguém pega o resgate

Modifico e modifico

Bilhões de vezes a minha face

Por haver me perdido em mim

Esqueço de esquecer

Que não posso enlouquecer

Aventurando-me assim

Sinto que não mais existirei

Mas é nessa ausência

Que faço a minha existência

Mesmo sem saber

Qual dos dois de mim

Que faz eu escrever

O que se passa em mim.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Natimorto

“Pela definição da palavra, entende-se como natimorto, o indivíduo que nasceu morto” (Silva, 2007).

Nascimento – 1 - Ato de nascer. 2 - princípio, começo.
Vida – 1 - Conjunto de propriedades e qualidades graças as quais animais e plantas se mantém em contínua atividade; existência. 2 – A vida humana. 3 – O espaço de tempo que vai do nascimento até a morte; existência. 4 – Um dado período de vida.
Morte – 1 – Cessação da vida. 2 – Termo, fim. 3 – Destruição ruína. 4 – Pesar profundo.


Por muito tempo falamos sobre “risco de vida”, hoje falamos “risco de morte”. O raciocínio é lógico, considerando as nomenclaturas estabelecidas pelos homens. Se nós vivemos, não poderíamos correr “risco de viver”, então corremos o risco de morrer. – É tão óbvio!
Agora imaginem quando começamos a nascer? Digo-lhes que nascer é o ato de surgir, aparecer, ser alguém ou algo. Nascemos quando o médico realiza um processo cirúrgico, através de um parto normal ou quando o espermatozóide e óvulo são fecundados? Será que durante a gestação, interligados com nossa mãe pelo cordão umbilical, somos nada?
Agora lhes pergunto como alguém nasce-morto? Etimologicamente falando, há uma contradição enorme. Nascemos para depois morrer. É um processo de cada vez. Poderíamos dizer:
- Fulano morreu durante a gestação ou mediante o parto. Mas, nasceu morto?
Assim como se mudou os “riscos” de vida ou morte, deveria ser feito o mesmo com a palavra “natimorto”.
Esperemos por nossos filhos desde o primeiro dia e acompanhamos até o parto sabendo que nossas esposas alimentam nossos filhos com amor, carinho e sentimentos. Cuidamos deles para vê-los com saúde. Apesar deles não estarem fisicamente ao nosso lado acompanhamos suas atitudes todos os dias até o momento em que se mostram para nós ecoando a música do choro e naquele instante vemos o quanto foi importante cuidarmos dos nossos filhos ainda no ventre.
O nascimento começa no ventre e não na hora do parto.
E digo-lhes mais,
A partir do momento que chegamos à parte externa do mundo, não vivemos e sim, morremos. Neste momento, começa a contagem regressiva para a vida.
Quando morremos... Vivemos! E quando vivemos... Morremos!
A morte, conhecida por todos nós, é o início da vida. E a vida que conhecemos hoje, é a morte. O problema é que nós mesmos designamos que vida é vida, morte é morte, casa é casa, céu é céu, etc. Entre a vida e a morte o papel é invertido.
O nosso crescimento, nada mais é que o processo de morte da matéria e vida do espírito.
Se e, se existe algo após essa passagem terrestre, é a vida. Por tanto, morremos e vivemos. E não vivemos, morremos e vivemos.